quinta-feira, 1 de abril de 2010

PELAS RUAS DE SÃO PAULO

(1º Cântico)

Sou partícula de garoa fina que escoa por veias e veios luminosos
Sou parte deste rumor sem trégua em meio aos estalidos
Pertenço a essa sistemática da pedra modificada
Meu coração é maior que o mundo
Por isso acolhe essa cidade num abraço enternecido
Sou transeunte e organismo intenso no trânsito indelével
Cheiro o ar baço, carregado de óleo Diesel
E o bafio deletério das fumigenas nuvens das fábricas insensíveis
Mas, meu orgulho é de aço, não se aquebranta.
Sou paulista de treze listras na alma
Velando pela vida irrequieta desta flor em movimento
Embora eu seja cigarra cantando para as formigas.