terça-feira, 24 de maio de 2011

LÁPIS




Escrever o que sinto
Traduzir a realidade
Rascunhar a verdade
Mesmo sabendo que minto

Rabiscar na utopia,
O onírico impulso
Batimentos no pulso
Sorvendo a própria energia

Sujeito a tudo o que risco
A toda palavra arisca
Irriquieta, incerta e tudo

De pronto, logo me arrisco
Traçando uma idéia à risca
Até que eu me sinta mudo.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

ESPERANÇA

Ainda há expectativa dos cristais da aurora suarem a pétala
O caule, a folhagem espalmada.
Ainda há cabeças que espalham manhãs sob o imenso chapéu de lua.
Ainda há sede de amores límpidos
Como límpidas são as águas que rebentam.
Ainda há brandura na brisa espessa em candura,
Um verão pleno soprando janeiros,
Ainda há crianças abrindo o futuro no mapa das mãos.
Ainda há ternura, socorro ao amor que agoniza
Ainda há passarinhos obstinados no vôo que encontra o horizonte
Ainda há esperança, porque há de ter cura as feridas do mundo.
Apesar da desesperança,apesar de tudo,
A esperança tem esperança ainda.